sábado, 20 de outubro de 2007

Camaleão claustrofóbico

É, um buraco.
Estou quebrado.

Está desrecuperado duas vezes.

No vazio
corre como uma barata
desvia desvia
Pisão: Dilacerada.

No vácuo
Paro como um bicho,
tento me camuflar,
Camaleão se olhando no espelho.

A gente é arrebatado por um desespero manho, calado,
claustrofóbico dentro da própria pele.

Quer gritar: vento.
Oco infernal.
Quero gritar e o grito não sai!
Oco na alma.

Outro sorri e cada dente se torna lança,
atravessada, diagonal, construindo mentira.
Lábia.

Mas a palavra é anfetamina.
Fabulosa criação, inventa o ar, rasga o espaço.
E graças a ela a gente respira.

Respira.
Acuado, camuflado.
No núcleo último da pessoa,
onde só nós estamos.




Esse poema foi escrito por mim e por Fernando, meu amigo. Escrevemos juntos porque acho que estavamos sentido algo parecido, tivemos uma idéia parecida. Na verdade estavamso conversando pela internet, e muitas das frases do poema foram surgindo durante nosso papo. Decidi juntar as frases, porque achei que elas tinham força, criavam imagens bonitas, depois disso trabalhamos em outros versos, até chegar no que está publicado acima. O poema foi públicado originalmete no blog "Coletivo Mário de andrade". Não sei se ele está pronto, pode ser que modifiquemos algo ainda. Mas por hora, achamos que ele está onde deve estar.

3 comentários:

Myriam Kazue disse...

Gostei muito. Do poema e da iniciativa dos dois.

Deixei um comentário no Coletivo: vai lá!

Um beijo, particular.

Anderson Lucarezi disse...

Ah, eu estava curioso pra saber como tinha se dado a composição. o 'epílogo' foi elucidativo!

very nice!

Petê Rissatti disse...

Muito bom... duas cabeças em harmonia, quatro mãos a trabalhar. Isso é muito bom mesmo.

Abração!